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Cumpriu-se um dos desideratos da nona Maratona do Porto EDP, que este domingo de manhã teve lugar com centro no Porto mas viagem também a Gaia, como de costume, e desta feita igualmente a Matosinhos. 1668 passou a ser o valor do novo recorde quanto ao maior número de atletas a acabarem os 42195m de uma maratona, portanto um novo total máximo para uma prova do género em Portugal, superando ao 1515 terminadores que a mesma Maratona do Porto EDP havia conseguido o ano passado.
Num dia muito bonito de Outono, com céu limpo e uma luminosidade magnífica, a nona edição da Maratona da Invicta foi o sucesso esperado, e dez mil pessoas participaram nas três vertentes do evento, a maratona propriamente dita, a Family Race de 15km, e a mini maratona ou caminhada de 6km. Mas houve desta feita um elemento que não colaborou e que em edições anteriores tinha estado muitas vezes discreto - tratou-se do vento ríspido e muito forte, sobretudo na zona ribeirinha da marginal que leva até Matosinhos, e esse factor dificultou sobremaneira a tarefa dos atletas que corriam por tempos de topo.
Aliás os fundistas africanos manifestaram antes da prova alguma apreensão por causa do vento, e a realidade da competição deu-lhes razão, mas sobretudo isso foi verificável na corrida masculina. É que o futuro vencedor acabou por se isolar muito cedo e correu quase meia prova sem nenhum escudo protector contra o vento.
Numa fase inicial o grupo de liderança masculino teve alguns atletas portugueses que estavam integrados na Family Race, que depois da ida a Matosinhos se dirigiu logo para o Parque da Cidade para aí terminar, enquanto a maratona seguia pela Avenida do Brasil de novo para o centro do Porto e depois para Gaia. Luís Feiteira, maratonista olímpico em Londres andou nesse grupo, sendo ele o ganhador dessa prova mais curta com 50m21s, tal como Paulo Gomes, segundo com o mesmo tempo.
Depois dos 20km começou Anthony Wairuri a testar os rivais africanos e a caminho da Afurada já levava uma pequena vantagem sobre o seu imediato. A passagem a meio da prova foi feita por ele na frente com 66m08s e ainda seguia na sua companhia o etíope Tesfaye Dadi, mas daí para a frente ninguém mais se conseguiu opor ao seu domínio e ele foi sempre aumentando a sua vantagem, que aos 30 km era de 27 segundos sobre Dadi e um outro etíope, Alemayehu Belachew.
Na parte final Wairuri passeou a sua classe, e sendo um fundista com um recorde pessoal de 2h09m48s, o tempo com que terminou, de 2h12m14s, pode não impressionar por aí além à primeira vista. Ficou no entanto claro que em condições mais simpáticas de tempo certamente teria batido essa sua marca pessoal e também o recorde de da Maratona do Porto, o ano passado colocado por Philemon Baaru em 2h09m51s.
Dadi (2h14m38s) e Belachew (2h14m41s) acabaram longe e após a confirmação da ausência de Rui Pedro Silva foi com lógica Daniel Pinheiro que se cotou como o melhor português, em sexto lugar, com 2h25m11s, a 2m11s do seu recorde pessoal. Daniel Peixoto foi o segundo luso, no sétimo posto (2h27m13s) e Alberto Chaíça, de forma surpreendente, quis acabar a maratona completa, relembrando a sua grande prova de 2009 em que fora segundo, para terminar como terceiro português, no oitavo lugar com 2h29m39s.
Nota de relevo ainda para Baltazar Sousa, que ao concluir a prova em 11º lugar se confirmou como o totalista das nove maratonas do Porto.
No lado feminino as quatro africana presentes dominaram toda a prova, que teve as mais cotadas fundistas lusitanas presentes também na Family Race, onde Leonor Carneiro (54m47s) se superiorizou a uma regressada após longa paragem Inês Monteiro (57m27s) e a Elisabete Lopes (58m34s).
Elas passaram ainda juntas ao 41º quilómetro e foi só na derradeira subida da Avenida da Boavista que Abeba Gebremeskel fugiu para chegar ao triunfo com 2h39m51s, e com as compatriotas Zenebu Abay (2h40m07s) e Gulume Chala (2h40m15s) a relegarem para fora do pódio a queniana Rael Kimaiyo (2h40m21s).
Sem surpresa, Lídia Pereira, da Casa do Povo de Mangualde, foi a melhor lusa, no quinto lugar com 3h06m52s.
Depois da elite terminar foram chegando os que perfizeram o novo recorde de 1668 chegados da Maratona do Porto EDP, cada qual com a sua pequena/grande vitória pessoal para acabar corrida tão dura. Do lado contrário desciam a Avenida da Boavista para a meta, juntando-se aí aos maratonistas, os participavam na mini maratona, e foi com uma enorme mancha vermelha, a cor das respectivas t-shirts, que se foram fazendo as cores de Portugal no términus da prova, pois do outro lado estava o verde intenso do Parque da Cidade.